A historia de Roberio de Ogum e sua trajetória

No dia 29 de outubro de 1954, Roberio Alechandre Baveloni, o mais novo dos três filhos de dona Georgina e sr. Alexandre Baveloni, nascia em Itapolis, interior paulista. Em sua infância Roberio conviveu com os padres franciscanos: Frei Paulo e Frei Guinelo. Esta convicência o fez conhecer a presença Divina,e tambem o fez descobrir Deus como um amigo próximo da humanidade.
Em outubro de 1960, dia de eleições, Roberio então com seis anos de idade, acompanhava sua mãe até o colégio onde ela ia votar. A casa de seus cunhados ficava a poucos quarteirões do colégio onde dona Georgina votaria, ela decidiu então, fazer-lhes uma visita .
Dona Georgina coversava com sua cunhada e Roberio, como qualquer criança decide ir procurar algo mais interessante a fazer. Seus tios tinham uma serralheria nos fundos da casa, e não demorou muito para o pequeno garoto ir até lá para brincar.
Roberio brincava com as sobras de madeira das máquinas, que estavam desligadas pois a serralheria estava fechada naquele dia. Entretido na brincadeira, ele subiu em uma das máquinas para pegar uma chave de fenda e subtamente as máquinas ligam sozinhas e começam a funcionar. Com o susto, Roberio caiu em cima de uma das serras de pernas abertas. A serra da máquina atingiu seu órgão genital e a parte interna da coxa, ferindo-o gravemente. O garoto apavorado ao ver aquele sangue todo, tenta gritar mas não consegue.
Ele entra em desespero. Neste momento ele tem sua primeira visão: uma mulher alta e forte com braceletes de ouro direciona-lhe uma fumaça branca, diz a ele “Não tenha medo.”, e com a voz firme, ordena: “Levante a cabeça!” Ao levantá-la, ela derrama sobre ele um líquido que exala um cheiro forte de cânfora. Em seguida, direciona sua mão ao seu órgão genital machucado uma luz fina de cor azul e uma fumaça vermelha, que vão em direção ao seu corpo. Depois disso, Roberio vê a mulher desaparecendo, enquanto seu corpo fica quente e em seguida surge a sua frente um homem, que coloca as mãos sobre sua cabeça . Este homem era o Senhor Ogum. Atrás dele, Roberio viu um índio muito forte que lhe confortava com um sorriso no rosto. Junto dele, a mulher que o havia socorrido ressurgiu, agora cantando descalça. Do alto caíam como flocos de algodão, algo como fluídos curadores. Pouco depois, as visões foram desaparecendo vagarosamente. Roberio, espantou-se ao reparar que não sentia dor, embora visse o sangue abundante. Então, urinou: providência das entidades para evitar infecção, e só aí sentiu dor. O índio o amparou e Robério pode caminhar até a casa da sua tia. Ao entrar pela porta da sala, sua mãe e suas tias o viram todo ensangüentado e assustadas, puseram-se a chorar. A casa da tia ficava a um quarteirão do Hospital de Itápolis, para onde correram.

Foto dos dois irmãos de Roberio, Ubirajara e Claudete, foto Roberio quando bebe, seu pai Alechandre Baveloni.

Quando subiram a escada do Hospital, encontram com o Dr. Orozimbro, que imediatamente sugeriu um enxerto. Neste momento Robério teve outra visão. Novamente o Senhor Ogum, que lhe disse: “Não permita que façam isto! Não tema. Estou com você”.
Simultaneamente, Robério era levado para a sala de cirurgia. Na sala estava a irmã Vila Rica, chefe do atendimento do hospital. Ao adentrar na sala, o medo de fazer o enxerto dominava Robério, que gritava chamando pelo Dr. Lyra do Amaral, médico amigo da família em quem ele confiava.
Como o Dr. Lyra também era político,e como era o dia da eleição, ele não estava presente no hospital.
A irmã Vila Rica aplicava anestesia em Roberio mas não fazia efeito. Dr. Orozimbro aguardava o efeito da anestesia para iniciar a cirurgia.
Robério, em pânico, continuava a gritar pelo Dr. Lyra., e por sua vez, na visão de Roberio o Senhor Ogum pedia para que ele se acalmasse, pois seu médico de confiança já estava a caminho. Enquanto isto, irmã Vila Rica aplicava novas doses de anestesia, todas sem efeito. O Dr. Orozimbo continuava aguardando o efeito da anestesia para poder dar início ao procedimento cirúrgico. A situação era atípica para todos. Ninguém compreendia o que estava acontecendo.
Roberio, atordoado, começa a relatar o que vê. Diz à sua tia enfermeira Maria Baveloni, e a irmã Vila Rica que vê um índio e uma mulher com uma luz azul no meio de fumaças. Na sua cabeça confusa de menino, acredita que foi ela quem o derrubou na serra. Obviamente, começaram achar que Robério estava delirando.
Neste instante, entra o Dr. Lyra do Amaral para fazer a cirurgia. Robério conforta-se com sua presença e começa a conversar com ele.
Então Robério afirma que vê aquela mulher segurar nas mãos do médico e receava que ela fosse machucá-lo.
Irmã Vila Rica fala novamente que o menino estava delirando. Neste momento, Senhor Ogum eleva suas mãos à cabeça de Robério e derrama fluídos que o fazem relaxar e adormecer. Robério levou trinta e dois pontos. Não foi necessário fazer o enxerto. Quando Robério acordou da cirurgia, sentia muita dor e as visões haviam desaparecido.
No decorrer da sua recuperação, quando o menino em sua inocência comentava com as pessoas do hospital sobre o que tinha visto, ninguem o levava a sério. Sua recuperação foi tranqüila, ficando logo bem. De todo o episódio, restaram apenas algumas sutis cicatrizes.
Aos 7 anos, Roberio torna-se coroinha e ajudante do sacristão Armando, nas celebrações de missas da Igreja Matriz de Itápolis. Foi inesquecível para ele ter se paramentado como coroinha e ajudar a celebrar o casamento do seu irmão Ubirajara. Nasceu assim, a vontade ser padre.
Passado um tempo, chegam à Itápolis os Padres Circulares Otimiu e Edenir, que marcaram muito a vida espiritual de Roberio. Ele como coroinha atuante,começou a viajar com os padres para as comarcas de Itápolis, para ajudar a celebrar as missas. Foi um tempo que acendeu nele a consciência da grandeza e misericórdia de Deus, fonte da luz e da vida, da harmonia e da paz.
Na primeira visão que teve dentro da igreja de Itápolis, estava com o sacristão Armando preparando as coisas para a missa das nove horas e alguém o chamou nas escadas que davam acesso à clausura dos padres. Armando pediu que ele visse quem era. Roberio dirigiu-se até lá, e viu um homem muito alto todo cheio de sangue pedindo para que o menino rezasse por ele. Assustado, começou a gritar.
Armando não enxergava quase nada e caiu ao tentar correr. Voltaram então cautelosamente ao local da visão, mas não viram mais ninguém.
Roberio conclui o quarto ano primário e foi transferido para o seminário Santo Antonio de Agudos, onde seu sonho de ser Padre começa a se realizar.
Chegando ao seminário franciscano em 1969, com o firme propósito de só sair de lá quando fosse ordenado padre Franciscano, hospedou-se na primeira ala do seminário, cujo padre responsável era o Frei Fernando.
Roberio aprendeu muito no seminário, mas ainda mais com o Frei Paulo Back, orientador da segunda ala, que tinha o dom da palavra. Catarinense humilde, o Frei colocava os seminaristas a meditar somente com suas simples palavras. Influenciou muito na sua vida religiosa e o aproximou de Deus. Foi seu guru, seu amigo nos momentos de dúvida – que começavam a surgir quando as suas visões passaram a ser mais freqüentes. Na verdade, a visão e comunicação com desencarnados o incomodavam .– Um dia ao escovar os dentes no lavatório do seminário, Roberio olhou para o espelho e viu um homem de barbas brancas, segurando nas mãos um livro. Roberio então vira-se para trás mas o homem sumiu. Ele tem então, novamente a sensação de querer gritar e não conseguir,a mesma do dia em que sofreu o acidente. O senhor de idade abaixa a cabeça e se retira. O jovem vai a procura de alguem e encontra um colega para quem conta o que aconteceu no lavatório. O colega foi relatar aos superiores, que concluíram que Roberio estava louco. A reitoria e padre Cláudio convencem Roberio que não era nada, era simplesmente sua imaginação.
Uma semana depois, estava ele carpindo mandioca para o Frei Toca quando sentiu uma forte tontura. Ele viu à sua frente novamente o homem de barba com o livro em baixo do braço. O homem falou: “você vai me ver muitas outras vezes. Não tenha medo”. Robério não sabia se estava passando mal ou delirando, pois tudo parecia uma imagem turva à sua frente. Não via o corpo neste homem, somente da cintura para cima. O homem se aproxima e coloca a mão em direção ao seu peito. Roberio sente uma forte dor no peito e desmaia.
Mais tarde foi acordado por dois amigos. Com receio de contar o que viu e diz que foi só um mal, mas o medo toma conta do seminarista Roberio.
No mesmo dia a noite, deita-se para dormir e sente uma mão lhe apertando o pescoço como se quisesse enforcá-lo. Ele grita e a sua frente vê claramente a imagem daquele homem de barba com um livro a altura do peito. O homem vai se afastando, seus colegas de quarto começam a falar com Roberio que ouve várias vozes, dentre elas uma se sobressai, dizendo “Levante!” Roberio obedece levanta e cai, em sua direção uma forte luz azul igual aquela do acidente lhe aperta o peito tirando-lhe o fôlego. Roberio grita de medo e a sua volta seus colegas, também com medo por suas reações, chamam o Frei responsavel pela ala. Poucos minutos depois, ele vai se recuperando aos poucos, mas seus pés não sentem o chão.
No dia seguinte, o jovem seminarista é chamado na reitoria para conversar com o Frei Claudio, que quer saber o que está acontecendo com Roberio.
Depois de uma conversa franca o Frei decide chamar um padre Franciscano do largo São Francisco para avaliar Roberio e também chamar seus pais para uma conversa para relatar o que está acontecendo com o rapaz. Com dia e hora marcados para a consulta com o psicólogo do Largo São Francisco, levanta-se e sai da sala do Frei Cláudio. No corredor do seminário Roberio tem outro encontro com o Senhor Ogum que diz a ele “Tenha calma, estou ao seu lado.” e adolescente vê uma luz azul e uma vermelha caindo sobre sí.
Em silencio vai vendo muitas outras coisas.
Chega o dia da consulta com o Frei psicólogo e sua família. O médico pede para que Roberio desenhe uma arvore e ao tentar cumprir a simples tarefa, sua mão fica sem movimento, então com medo o garoto chora. Ao fim da reunião o diagnostico foi que Roberio precisaria de um psiquiatra, pois encontrava-se em estado de loucura, tendo que ser internado urgente. No seminário, arumam as malas do rapaz que junto de seus pais deixava o seminário rumo a Adamantina – São Paulo, cidade onde a família Baveloni residia agora.
Começa assim uma nova fase de luta, e aprovação.
Roberio é levado por seus familiares a cidade de Marilia, para o Hospital psiquiátrico espírita de Marilia.
Duarante a viagem, o rapaz vê o Senhor Ogum que o diz “Está chegando a hora.”. Ao chegar no hospital, é atendido pelo medico Dr. Napoleão, que receita aloperidol e gardenal, e pede também a internanação imediata de Roberio, que é levado para a ala de internos.
Foram dias de infinita dor, mas lá conheceu uma pessoa incrivel, o grande espírita Manoel Saad, que o contava histórias sobre o mundo espiritual. Começou a se interessar mas os remédios o faziam mal. Sentia uma profunda dor na alma, ele chorava, pedia para ir embora, contava arduamente os dias que passavam. Até que depois de meses já não via mais o homem de barba, nem aquela mulher que o salvou do acidente, nem o Senhor Ogum.
Apesar da tristeza estava bem. Então, numa manhã qualquer Roberio fez uma avaliação na qual os médicos diziam que já estava bem. Então como uma carta de alforria, recebeu alta. Seus pais foram lhe buscar no hospital. Quando voltou, sua mãe sua tia Maria, o esperavam com a comida que mais gostava na mesa, frango caipira com macarrão. Foi uma festa,Roberio e seu pai estavam mais juntos do que nunca, o rapaz estava com o pai todos os dias no restaurante e posto de gasolina que o pai adquiriu ao se mudar para Adamantina.
Passado um bom tempo, o Senhor Ogum aparece novamente ao rapaz

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