Obaluaê, Pedir para a Saúde.

 

Orixá das doenças e da cura, Obaluaê (manifestação jovem – guerreiro, caçador, lutador) ou Omulu (manifestação velha – sábio, feiticeiro, guardião), como é mais conhecido, representa a manifestação de Deus entre o mundo terrestre e o espiritual. Temido na maioria dos terreiros, sua fama como senhor das pestes, das doenças contagiosas ou não, ele, na verdade, é o médico dos pobres. Sou regida por ele e me sinto como se tivesse uma equipe médica ao meu lado, diariamente.

Reza a lenda que era filho de Nanã, que o abandonou por ser doente, sendo criado por Iemanjá que o alimentava com pipoca sem sal acrescida de mel para melhorar o gosto, e passava azeite de dendê em suas feridas para aliviar a dor e coceira.

Sua representação visual é revestida de mistério, pois é o Orixá que cobre o rosto com o Filá (de palha da Costa). É proibido ver o seu rosto devido à deformação feita pela doença e pelo respeito que devemos a esse poderosíssimo Orixá.

 

Exú pedir para nossa defesa, para abrir nossos caminhos, Exú e o mensageiro dos Orixás.

Escultura de Exu na Praça dos Orixás, em Brasília, no Brasil

No Brasil, no candomblé, Exu é um dos mais importantes orixás e sempre é o primeiro a receber as oferendas, as cantigas e as rezas: é saudado antes de todos os orixás, antes de qualquer cerimônia ou evento. O Exu orixá nãoincorpora em ninguém para dar consultas como fazem os exus de umbanda, eles são assentados na entrada das casas de candomblé como guardiões, e em toda casa de candomblé há um quarto para Exu, sempre separado dos outros orixás, onde ficam todos os assentamentos dos exus da casa e dos filhos de santo que tenham Exu assentado.

É astucioso, vaidoso, culto e dono de grande sabedoria, grande conhecedor da natureza humana e dos assuntos mundanos daí a assimilação com o diabo pelos primeiros missionários que, assustados, dele fizeram o símbolo da maldade e do ódio. Porém “… nem completamente mau, nem completamente bom …”, na visão de Pierre Verger no texto de sua autoria “Iniciação” – contido no documentário “Iconografia dos Deuses Africanos no Candomblé da Bahia“, Exu reage favoravelmente quando tratado convenientemente, identificado no jogo domerindilogun pelo odu okaran.